Uma agricultura de conservação promissora

Meio-ambiente e alterações climáticas

Backgrounder

Porquê a agricultura de conservação?

 
Segundo a Organização das Nações Unidas para alimentação e a agricultura (FAO), os métodos de trabalho do solo utilizados hoje me dia pela maioria dos agricultores são uma das causas da erosão do solo e da desertificação em várias terras agrícolas. Em consequência, os agricultores e procuradores colaboraram para encontrar soluções que não o trabalho tradicional dos solos – maneiras de cultivo que perturbem menos o solo e reduzam portanto a erosão do mesmo. A agricultura de conservação é uma alternativa ao trabalho tradicional da terra, e que permite inverter o processo de deterioração do solo.

As práticas principais utilizadas na agricultura de conservação são:

  • o trabalho reduzido do solo ou a cultura sem lavoura;
  • a formação de uma cobertura permanente no solo;
  • a rotação das colheitas e combinação de culturas.

Trabalho do solo reduzido

Quando um agricultor cultiva a terra para a preparar para a plantação ou para lutar contra as plantas daninhas, o solo torna-se mais vulnerável à erosão. Por vezes, a própria estrutura do solo acaba destruída. Em vez do trabalho habitual, os agricultores adeptos da agricultura de conservação fazem por perturbar o menos possível o solo, utilizando métodos de trabalho reduzido como a cultura sem lavoura, escarificação do solo e fossas de semeadura. Inicialmente, haverá uma pressão acrescida da parte das ervas daninhas, mas com o tempo e práticas complementares, como as plantas abrigo e a rotação de culturas, os agricultores praticantes do trabalho reduzido do solo começam a constatar que a terra está mais fértil e retém mais água, e as colheitas estabilizam e acabam por aumentar.

Inconvenientes do trabalho tradicional

  • Caro em material e mão-de-obra
  • Acelera as perdas de solo e humidade
  • Destrói a estrutura do solo
  • Cria camadas compactas
  • É nocivo para a fauna e a flora

Vantagens do trabalho reduzido ou nulo do solo

  • Gastos mínimos em material e carburantes
  • Melhoria na estrutura do solo
  • Filtração maior da água
  • Menos compactação
  • Plantação em momentos mais oportunos

Manter uma cobertura do solo

Estabelecer uma cobertura permanente do solo constitui outro um pilar importante da agricultura de conservação. Este é possível utilizando plantas abrigo ou manta feita de resíduos da colheita anterior ou com a sombra das folhas da própria cultura. Se os resíduos forem deixados no campo, ao longo do tempo formar-se-á uma manta que protege o solo da erosão ao agir como uma barreira que impede a chuva de bater diretamente o chão quando cai. Isto abranda a queda de chuva no solo e reduz o impacto das gotas. Assim, a água consegue também infiltrar-se progressivamente no solo e não provoca erosão do solo, pois não o agride. Além desta função, a manta também protege o solo do sol. Deste modo, o solo mantém-se mais fresco, e acorre menos evaporação da água. As mantas são também habitat ideal para várias espécies de fauna e flora benéficas para o solo, como minhocas.

O solo nu:

  • propenso à erosão
  • perde água facilmente e rapidamente
  • sofre de temperaturas elevadas da superfície durante o dia
  • não é convivial para organismos vivendo no solo

Solo coberto:

  • permite guardar a humidade no
  • elimina as ervas daninhas
  • reduz a erosão
  • favorece a fauna e os microrganismos do solo
  • reduz as diferenças de temperatura do solo

Rotação e combinação das culturas

Dado que o trabalho do solo é reduzido na agricultura de conservação, os agricultores devem ter mais confiança na ação das raízes das plantas e dos organismos do solo para o melhorar e manter as suas culturas em bom estado e saúde. É o que chamamos por vezes o ‘trabalho biológico do solo’. Para garantir que os organismos do solo têm chances de crescer e prosperar, os agricultores que praticam a agricultura de conservação reduzem a utilização de pesticidas químicos e estabelecem um sistema eficaz de rotação das culturas.

Cultivar uma só cultura num campo pode provocar

  • proliferação de ervas daninhas
  • aumento dos parasitas e doenças
  • perda de nutrientes
  • um grande risco económico

As rotações e combinações das culturas têm as seguintes vantagens:

  • uma melhor absorção dos nutrientes do solo
  • mais organismos no solo
  • possibilidade de integrar o gado ao fornecer forragem e estrume
  • segurança alimenta e diversificação das fontes de rendimento

A agricultura de conservação funciona?

O grau de sucesso nas quintas depende da situação individual de cada agricultor, sobretudo das suas condições ambientais e económicas especificamente. A agricultura de conservação mostrou-se frutuosa num leque largo de situações e condições socioeconómicas, desde que os agricultores a adaptem às suas situações específicas. A agricultura de conservação ainda está em vias de desenvolvimento e adaptação em África. Nos sítios onde os agricultores já praticam a agricultura de conservação há mais tempo, muitos reparam num declínio das ervas daninhas e doenças, um melhoramento da estrutura dos solos, uma maior estabilidade dos rendimentos, diminuição da mão de obra necessária e maior durabilidade do sistema agrícola em geral.

Acknowledgements

Agradecimentos:

Translated with funding from USAID.
USAID Washington Development objective: to support the New Alliance ICT Extension Challenge Fund through the implementation of affordable, scalable, and diverse ICT extension services.
AID-OAA-A-16-00003

Information sources

Onde encontrar mais informação sobre a agricultura de conservação:

Africa Conservation Tillage Network (ACT) http://www.fao.org/act network

Organização das Nações Unidas para alimentação e a agricultura (FAO) http://www.fao.org/index_fr.htm

Centro de colaboração internacional de pesquisa agronómica para o desenvolvimento (CIRAD) http://agroecologie.cirad.fr/dmc.index.php

Regional Land Management Unit (RELMA) http://www.relma.org

Deutsche Gesellschaft für Technische Zusammenarbeit (GTZ) GmbH http://www.gtz.de/conservation travail du sol

Fontes:

Conservation Agriculture: The future of Africa, fiche descriptive, Centre mondial de l’agro- foresterie, Nairobi, Kenya.

Shedding light on Conservation Agriculture, Theodor Friedrich, Sous Division Génie Agricole,

What is Conservation Agriculture?, FAO, 2005. http://www.fao.org/ag/AGS/AGSE/agse_e/1ero/cons- er.HTM

Conventional tilling severely erodes the soil: New concepts for soil conservation required, com- muniqué de presse de la FAO, 1998. http://www.fao.org/waicent/ois/press_ne/presseng/1998/pren9842.htm